Nascida em outubro de 1970 em Porto Alegre, Brasil
Cidadã brasileira e italiana, trabalhou em mais de 20 países.
"Durante minha jornada pela vida - profissional, pessoal e espiritual - acumulei lições que transformaram minha vida em um profundo senso de missão. Como missão é um reflexo de valores, tive a visão de criar a Proplaneta para que meus valores se transformassem em ações de verdade."
Depois de 12 anos trabalhando na mídia, entrei numa fase de profundo questionamento de que eu deveria trabalhar por um propósito e não para simplesmente "ganhar a vida". Senti necessidade de trabalhar por uma causa e não somente por um salário. Levei seis meses pesando prós e contras para finalmente decidir que precisava seguir corajosamente meu coração e re-direcionar minha carreira e energia para uma área que pudesse fazer alguma diferença. Assim, com o meu coração pulsando, devolvi meus cartões de visita da CNN e desci da minha SUV e de meus saltos altos. Minha maior motivação era encontrar uma forma de unir minha experiência com mídia e comunicação com algumas das necessidades do nosso planeta. Então, antes de sair por aí disposta a ajudar de forma aleatória, decidi colocar os pés no chão e primeiro aprender sobre os problemas da nossa Terra sob um ponto de vista acadêmico e científico. Quão realmente séria é a situação que a humanidade e planeta estão enfrentando?
Para responder a esta e muitas outras perguntas, entrei para um programa de mestrado na Faculdade de Ciências da Vida na Terra na Universidade Livre de Amsterdã. Lá, mais lições aprendi e novas perguntas vieram à tona. Percebi que a raíz dos nossos principais problemas estão profundamente relacionados à ética e valores. Assim como a água no meio do deserto, me deparei com a Earth Charter, que me apaixonei imediatamente. As sessões 'preâmbulo' e 'O caminho adiante' são importantes fontes de inspiração e esperança, apesar das manchetes diárias que circulam por aí.
Depois de dois meses no Malauí, vi com meus olhos, cérebro e coração, a eficiência desta ferramenta para ajudar a documentar e transferir informação entre comunidades. Informação que, no final do dia, se traduz em mais alimentos em suas mesas. E aí que você começa a fazer a diferença, mesmo que pequena.
Após esta experiência, a qual foi publicada em uma jornal científico na Europa (‘Farmers become filmmakers: climate change adaptation in Malawi’, IIED, PLA N 60°), eu estava absolutamente certa de que tinha encontrado o novo norte na minha estrada e na da Proplaneta. Como um arco-íris depois da chuva, acabei sendo premiada pelo ' Instituto Imagens e Vozes de Esperança' que reconhece profissionais de mídia e comunicação que estão atuando como agentes de mudança.
Para o meu lado jornalista, a ferramenta de vídeo-participativo foi algo natural, mas ao mesmo tempo completamente diferente e fascinante: facilitar membros de comunidades a aprender como operar uma câmera, construir um script, segurar o microfone e ter confiança para identificar e contar, através de suas próprias perspectivas, histórias reais que podem fazer a diferença para eles e outras comunidades que muito aprendem com os filmes feitos por "gente como a gente".
Sem dúvida há muito o que fazer.
Com gratidão,
Fernanda